28.6.15

Momentos



Sempre que me deito, começo a pensar na vida
Quem não pensa ?
Nos momentos que vivemos, nos que queremos viver,
E nos momentos que não passarão de imaginação.
Lembrei daquele dia, que você passou pelo corredor
Depois de alguns dias sem te ver
Meu coração novamente disparou.
Bobagem. Simplesmente bobagem.
Eu estava sentada, nervosa, ansiosa.
Me preparando para a prova.
Mas depois que te vi,
esqueci porque estava ali.
Você passou sorrindo, como sempre
Passou olhando para mim, por que ?
Por que eu estava ali mesmo ?
Esqueci.
Fiquei pensando em ti por alguns momentos
Tive que voltar a prestar atenção
Aliás, teria prova no momento.
Que prova ?
Ah, nem lembro.
Não lembro o que escrevi
Só consigo pensar naquele momento,
Que você passou, e meu coração disparou.
Bobo. Coração bobo.
Não posso ver você
Que meu coração amolece.
Meu ponto fraco.
Eu já estava te esquecendo, e você aparece.
Por que ?
Depois consegui voltar a realidade
Até por que, você só na imaginação.
Você só aparece por momentos repentinos
Depois some.
Minha realidade, você por momentos.
Mas é que sempre há momentos vividos
Momentos que viveremos
E momentos que serão apenas imaginação.
Você é a imaginação do momento que eu quero viver.

26.6.15

Não deixe o tempo passar




Porque a cada dia que passa, o tempo passa mais rápido.
E você já parou pra pensar que dormir, talvez, seja perda de tempo ?
Que você perde entre 7/8 horas, todos os dias de sua vida dormindo ?
Tempo esse, em que você poderia estar curtindo, lendo, fazendo algo que goste. 
O tempo é curto. 
A vida é curta. 
Reclamamos que não temos tempo, que não vivemos. 
Mas o tempo não espera por nós. 
E nós não devemos esperar ''o tempo certo'' para agir. 
Deu vontade ? Faça. 
Enquanto você apenas imagina fazer, alguém está agindo no seu lugar.
Ame, sorria. Viva o agora!

25.6.15

Querido Diário



Querido diário, está chovendo novamente, não que isso alguma vez tenha me incomodado, mas, a chuva me faz querer ficar quieta, e você sabe o que acontece quando eu fico em silêncio. Eu penso em coisas que não deveria. Os trovões que ecoam agora no céu, parecem ser capazes de explodir a terra, é como se inconscientemente eu sentisse o chão tremer, me chacoalhando, tentando me trazer para a realidade, mas, a realidade ultimamente tem sido a última coisa que eu quero sentir. As coisas estão complicadas.
Os raios iluminam o pôr-do-sol nublado, e, eu sinto tanto medo disso, eu prefiro estar na escuridão, eu prefiro não ver do que me machucar, é por isso que estou presa aqui, mas, esses raios insistem em atravessar a janela, eu fecho meus olhos, mas, ela ainda está lá, eu ainda posso senti-la, a realidade não pode desaparecer, eu não posso me prender ao mundo que eu criei, não o tempo todo. E isso me corrói.
Eu pensei que eu somente precisasse de alguma cor, como um guarda-chuva rosa, em uma cidade cinza chuvosa. Eu poderia caminhar com passos lentos na calçada molhada, eu não me importaria em sentir as gotas de chuva batendo contra meu corpo, eu sequer me importaria de sentir o vento frio me resfriando. Contanto que eu estivesse naquela parte colorida da cidade, contanto que eu estivesse tão feliz e brilhante que os outros não pudessem olhar para mim. Mas, eu sei que, assim como em uma reviravolta dramática, o guarda-chuva seria levado para longe por aquele vento frio, deixando-me novamente sozinha, em meio ao cinza, nua, sem cor, sem brilho, somente mais um fantoche ambulante em meio àquela cidade escura. Eu não quero ser somente mais uma sombra.
Querido diário, eu não suporto esse mundo cinza, eu não consigo suportá-lo, no início eu pensei que as pessoas não me entendiam, mas, agora eu percebo que sou eu quem não as entende. Minha existência tem sido insignificante, eu tenho medo de viver, mas, tenho medo de morrer. É possível ser feliz dessa maneira?
Eu gostaria de recomeçar, de formular um novo eu, mas, eu não consigo, isso me prende de uma maneira que eu sequer posso explicar. Eu gostaria de me aventurar, mas, eu não posso. Eu gostaria de tentar algo novo, mas, eu não consigo. Talvez eu esteja fadada a viver assim, a superar e então ser derrubada. Talvez eu deva viver esse ciclo vicioso. Mas, eu não quero.
Querido diário, eu gostaria de tomar minhas decisões, eu gostaria de correr atrás do guarda-chuva rosa, sem me importar com a chuva que passaria a encharcar meu cabelo, sem me importar se ela levaria embora a maquiagem que cobria meu rosto, eu não me importaria que a chuva levasse embora a máscara que eu criei, afinal, quando eu encontrasse o guarda-chuva eu encontraria a mim mesma. Mas, eu não posso, eu estou presa a mim mesma, e não consigo me libertar.
Querido diário, talvez essa seja a última vez que eu escreva. Eu estou cansada de viver aprisionada dessa maneira. Eu não suporto ser uma escrava de mim mesma. Eu espero que você possa fazê-los lembrar de mim. De uma maneira boa, e não como a louca que não consegue viver, que não consegue evitar seus próprios pensamentos. Eu sinto muito, mas, em minhas noites de insônia mais profundas, eu consegui imaginar. Meus sapatos desaparecem, e meus pés nus tocam o chão molhado, as gotas de chuva batem contra minha cabeça, e eu permito que elas percorram minha face e meu corpo, o guarda-chuva não está mais aqui para impedir que isso aconteça. Eu estaria tão entorpecida com meus próprios pensamentos que não me importaria com o frio, minha mente tão cheia de dúvidas e certezas ao mesmo tempo, me impediriam de ouvir os trovões, a luz não me incomodaria mais, o cinza não seria um problema. Eu encontraria a vista mais bonita, o único lugar colorido que houvesse ali, e então, só após apreciar aqueles tristes últimos segundos, eu levaria a arma que estava em minhas mãos até minha cabeça, eu sentiria seu cano tocar meu cabelo úmido, eu sentiria uma lágrima solitária correr por entre as gotas de chuva que percorriam minha face, eu sentiria meu coração batendo por uma última vez, minha respiração acelerada, diminuindo a cada segundo, meu dedo gélido seguraria o gatilho com incerteza, mas, então, no último segundo, meu braço cairia ao lado do meu corpo. E mais uma vez eu não teria coragem. A arma voltaria a ser um guarda-chuva rosa, os sapatos novamente cobririam meus pés, aquela lágrima solitária se multiplicaria, os trovões me ensurdeceriam novamente, mas, então, tudo cessaria.
A chuva calmamente iria parar, as nuvens não demorariam em dissipar-se, o sol surgiria no horizonte, calmamente desaparecendo e dando lugar à lua solitária no céu negro e estrelado.
E então eu esperaria, adiaria meu fim para o próximo dia, e quando esse chegasse, se eu ainda sentisse a mesma dor, eu adiaria novamente e novamente… então um dia, em um lindo, colorido e iluminado dia, algo aconteceria e me faria perceber que adiar meu fim valeu a pena.

15.6.15

Maldito ele


  • Amanheceu mais um dia. Era domingo.
    O dia estava chuvoso, o céu estava nublado; escuro. E assustador.
    Tudo bem, era só mais um domingo tedioso. Sem nada pra fazer, sem lugar para ir. A chuva não impedia de sair, porém, era preferível ficar em casa. Mais uma vez.
    Assistir um filme, comer uma pipoca e tomar chocolate quente. Não precisava de mais nada naquela hora. Aliás, só prestava atenção no filme, algumas vezes me distraia com uns grãos de pipoca, olhava ao meu redor e voltava à assistir o filme.
    Estar sozinha em casa, num domingo como os outros era normal, não precisava de mais nada. Aliás, um chocolate quente substitui um amor.
    Maldito coração, que não o esquecia.
    Mas eu não precisava de um amor, eu precisava de chocolate. E eu o tinha, então eu não precisava de mais nada. Quem disse ? Não confio em palavras, mas não estava as dizendo, estava apenas pensando. Maldito cérebro, que me fazia lembrar.
    Rosa me lembrava amor. Mas o que representa o amor é o vermelho, lembrei.
    Resolvi distrair-me. Saí. Aquele dia nublado, chuvoso, me fez pensar. Merda. Lá estava meu cérebro mais uma vez, relembrando, pensando. Resolvi soltar o guarda-chuva que tinha levado. Rosa. Bonito. Amor. Vermelho, minha cor preferida, a dele também.
    Lembrei-me de uma história que ele havia me contado, sobre os pássaros, ele gostava de aves.
    Vermelho, era a cor da rosa que ele me deu. Maldito guarda-chuva cor de rosa. Senti a chuva molhada escorrendo pelo meu corpo. Sensação deliciosa. Abri meus braços. Girava. Queria voar. Não podia. Os pássaros podem voar.
    Maldito dia chuvoso, que me fez sair de casa para me destrair e acabei pensando.
    Maldito giro que me fazia querer voar, que me fez lembrar do que ele gostava. Ele gostava de voar. Gostava de ser como os pássaros. Livre. Mas pensava que era dona, e como toda dona, achava que podia prendê-lo à mim. E esqueci que não tinha esse poder. Deixei partir. Deixei voar.
    Cheguei em casa, a pipoca estava gelada, o chocolate estava frio, e o filme acabado.
    Maldito guarda-chuva cor de rosa. Outra vez parei de pensar. Tinha que controlar meu cérebro. Não podia pensar. Resolvi voltar pra casa. Mas deixei lá na rua, aquele maldito guarda-chuva, livre. Sentindo a chuva escorregar sobre sí. Deixei abandonado o que me fazia lembrar.
    Maldito cérebro. Maldita rosa.
    Acabado como nosso caso. E eu nem cheguei a ver o final. Resolvi então deitar-me. Minha cama arrumada, com uma coberta rosa. Esqueci do rosa. Rosa pra mim é apenas uma cor. Deitei-me. Virei para o lado, e sobre o criado mudo estava a rosa. A rosa que ele havia me dado. Acabei lembrando, novamente.
    Maldito dia chuvoso, que me fez ficar em casa.
    Eis aí meu motivo de preferir o vermelho. Mas vermelho era a cor da maldita rosa. Da rosa que ele me deu. Acho que no fim, o maldito é ele, que apareceu e depois deixou-me. Abandonada, como o guarda-chuva cor de rosa, que eu deixei. Mas se eu não tivesse saído de casa, não teria deixado o guarda-chuva lá.
    Maldito ele, que me deixou sozinha.